Quinta-feira (15/09), a instituição finalizou com chave de ouro a celebração do seu 56º aniversário.
O “Encontro sobre Juventudes no Brasil”, realizado no Instituto Universitário do Rio de Janeiro (FIURJ), apresentou a pesquisa “Juventudes no Brasil” (promovida pela Fundação SM), que analisa as percepções dos jovens brasileiros, como participação sociopolítica, valores, expectativas para o futuro, estudos, mercado de trabalho, cultura, religião, diversidade, igualdade de gênero, impactos da tecnologia.
O estudo que originou o evento foi feito com 1.740 jovens, entre 15 e 29 anos, residentes nas cinco regiões do Brasil. A investigação da Fundação SM, coordenada pelo Observatório da Juventude na Ibero-América (OJI), teve a participação de pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O presidente da Fundação Mudes, professor Cleto de Assis, destacou a importância do cuidado, apoio e compromisso de toda a sociedade com aqueles que representam o futuro da nação: os jovens.
“A sociedade muda a cada dia, a cada mês, a cada ano; os jovens mudam a cada segundo. E nós precisamos acompanhar esse desenvolvimento, essa visão social dos jovens, as suas necessidades, que parâmetros educacionais eles precisam receber da sociedade para poder evoluir em suas vidas. Aquilo que todos nós sonhamos: construir uma sociedade cada vez mais equilibrada. Vamos tentar criar um ambiente social mais fraterno.” — ressaltou Cleto de Assis.
Durante o encontro, o secretário de Juventude da Prefeitura do Rio de Janeiro (JUVRio), Salvino Oliveira Barbosa, revelou aos presentes dados preocupantes sobre a juventude brasileira e a necessidade de ações urgentes que modifiquem esta realidade.
“Vivemos a maior população jovem da história do Brasil, o nosso ápice da curva demográfica também no Rio de Janeiro. No entanto, são os piores indicadores de juventude já vividos nos últimos, pelo menos, dez anos. No Rio de Janeiro, a juventude representa um pouco mais de 1.5 milhão de pessoas, o que significa que um a cada quatro cariocas é jovem. Desse grupo de juventude, 32% não trabalham nem estudam. A pessoa está completamente ociosa, sem perspectiva e sem sonho. São dados realmente assustadores. Se a gente não conseguir dar uma resposta agora para essa população jovem, essa conta vai ficando cada vez mais cara, e essa bola de neve, em algum momento, se torna insuperável.” — afirma Salvino.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os jovens entre 15 e 29 anos correspondem a 23% da população (mais de 47 milhões de pessoas).
A coordenadora de Pesquisa e Avaliação Educacional da Fundação SM, Ariana Pérez, responsável pela pesquisa “Juventudes no Brasil 2021”, gravou um vídeo especialmente para o evento, a fim de apresentar as principais conclusões do estudo.
“Para os entrevistados, a saúde, a família e a educação são as três questões mais importantes em suas vidas. Em último lugar, a política, que parece estar muito desprestigiada para os jovens do país. Nos últimos anos, aprofundou-se a associação entre política e corrupção, que, por sua vez, me refiro à corrupção, ocupando o segundo lugar na hierarquia das coisas que mais afetam pessoalmente os jovens entrevistados. Para 73% dos jovens, em casa, com a família, é onde são ditas as coisas mais importantes. Portanto, posiciona-se como espaço de referência para os jovens. Imediatamente depois da família estão as escolas. É o que dizem 38% dos jovens no Brasil.” — informa Ariana Pérez
O “Encontro sobre Juventudes no Brasil” contou com a participação on-line de jovens das cinco regiões do país, que falaram sobre a realidade e os desafios da juventude em sua respectiva região.
Também estiveram presentes pesquisadoras que integraram o estudo “Juventudes no Brasil 2021”: Mônica Peregrino, coordenadora do programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UniRio); Viviane Penso, professora e orientadora pedagógica; Luciana Cruz, coordenadora de pós-graduação e da agência de voluntariado universitário da ESPM Rio.
O evento foi mediado pela Nathália Figueiredo, diretora de Projetos do Observatório Internacional da Juventude (OIJ).
Ao final do encontro, foi apresentada a Carta Compromisso: um documento para fortalecer a cooperação entre diferentes setores, como Poder Público, organismos internacionais, academia e demais integrantes da sociedade civil em prol da juventude brasileira.
Para se engajar na causa e assinar a Carta, acesse: https://forms.gle/NmZZUs2CX2z2kRJN9