Felipe Neto fala à ONU News sobre futuro da internet, jovens e discurso de ódio

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Influenciador digital diz que o combate à desinformação e a notícias falsas é dever também do usuário. Para ele, é preciso checar tudo “cinco vezes” e não confiar no que se recebe por causa da sofisticação das fake news. 

 

O criador de conteúdo esteve nas Nações Unidas em 2 de maio para participar do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa a serviço da Unesco. Ele analisou o papel de crianças e jovens na rede, combate ao racismo e à desinformação, defendeu a regulamentação da internet, proteção de pessoas vulneráveis a ataques on-line e o combate a preconceitos linguísticos ao declarar sua paixão pela língua portuguesa. 

 

Acompanhe a conversa com Monica Grayley e Felipe de Carvalho. 

 

ONU News: Como começou este projeto como youtuber lá em 2010. Como você lida hoje com a proporção que isso tomou. Tantos seguidores, status de celebridade?  

 

Felipe Neto: Caramba, já são 13 anos. É impressionante. Primeiro, obrigado pelo convite. É uma honra estar aqui. 13 anos de uma vida. Eu já sou um adolescente na vida digital. Oficialmente, não mais criança porque é justamente aos 13 anos… Começou como uma brincadeira porque na época que a gente começou a gravar vídeo lá trás ninguém fazia ideia de que isso seria uma profissão. Ninguém fazia ideia de que isso daria dinheiro. Era só uma grande diversão: vou produzir vídeos, vou colocar no ar e ver o que as pessoas acham. Então, muito inspirado também por alguns americanos que já começavam a fazer isso, eu comecei a gravar uns vídeos em casa e a coisa degringolou assim. Foi da noite para o dia. Um vídeo que eu tinha feito começou a pegar uma quantidade absurda de visualizações. E nunca mais parou. Desde então, é um trabalho sempre de reinvenção. De tentar descobrir como se recriar para continuar sendo assistido, continuar tendo relevância no cenário de entretenimento como qualquer programa sempre tem que fazer. E tem sido 13 anos de muitas vitórias, muitas conquistas, muita luta também. Mas também de muito orgulho de toda a trajetória que a gente construiu.  

 

ON: Felipe, muita gente diz que hoje as crianças estão passando muito tempo na internet. E você também já se pronunciou sobre isso. Eu queria saber até que ponto esse tempo passado na internet, ajuda, educa, também como você próprio diz, se vicia essas crianças. Isso é saudável?  

 

FN: Primeiro é importante a gente quebrar as idades. Isso é muito importante no debate. Eu não sou pedagogo, é óbvio que eu aqui falo como um estudioso desse assunto, não como uma pessoa acadêmica ou com propriedade para falar. Quem a gente tem que ouvir mesmo são os pedagogos, os psicólogos infantis, os educadores. Ouvindo essas pessoas, o que eu aprendi foi. A mais importante medida inicial é quebrar as idades e entender quantos anos essa criança tem e a partir dessa idade qual seria a recomendação técnica especializada.  

 

Até dois anos de idade, a recomendação oficial é zero tela. Zero. Já foi comprovado, inúmeras vezes, por diversos estudos diferentes, que até dois anos de idade toda exposição à tela é prejudicial. Isso é realista? Não é. Hoje, com tecnologia invadindo e os pais com, cada vez menos tempo, porque hoje pai e mãe têm que trabalhar. Os dois estão sempre ocupados. O tempo é cada vez mais escasso. Você conseguir um tempo em que a criança fica ali, né, em paz, vamos dizer assim, acaba sendo sagrado para os pais. Então, é muito errado a gente apontar o dedo na cara dos pais, que não têm tempo, que são massacrados pelo atual sistema para conseguirem pagar as contas, “vocês são pais ruins porque estão deixando a criança na frente da tela”, é muito injusto. Então, o que a gente precisa tentar é minimizar o dano, diminuir o perigo. Então, até dois anos, a recomendação é zero. Se não for possível, que o pai e a mãe assistam junto da criança. Não apenas deixem a criança com o device, com o aparelho solta num canto, concentrada assistindo.  Isso é extremamente perigoso. A gente está falando de linhas do tempo aí como TikTok, Reels e Shorts no YouTube que não têm nenhum tipo de trabalho para se precaver o que a criança vai assistir. O TikTok principalmente. Você não tem nenhum tipo de filtro ali. A criança vai entrar num vídeo bonitinho, fofinho e depois está vendo um vídeo adulto. Então é fundamental que determinadas redes não entrem em contato com as crianças. 

 

Para ler a entrevista completa, clique aqui. 

 

FONTE: ONU

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