Uma sessão organizada pelo Grupo de Especialistas sobre Afrodescendentes teve como tema o Empoderamento econômico de afrodescendentes. O encontro avaliou os impactos do racismo sistêmico e das estruturas econômicas globais sobre as pessoas de descendência africana.
Direito ao desenvolvimento e à descolonização
Rotas de comércio e tráfico, justiça reparatória para povos africanos e protagonismo dos afrodescendentes foram algumas discussões.
Os impactos da escravização, colonização e segregação ao longo dos séculos foram abordados com o intuito de elaborar propostas, que serão transformadas em recomendações para os países.
O historiador do direito da Universidade McMaster, no Canadá, Bonny Ibhawoh, destacou como líderes e pensadores africanos contribuíram para pautar nas Nações Unidas a autodeterminação da região.
Para ele, a agenda do direito ao desenvolvimento surgiu no contexto da descolonização, nos anos 1950 e 1960. Países que deixaram de ser colônias tiveram um “papel transformador” na expansão de direitos econômicos, sociais e culturais nas leis internacionais de direitos humanos.
Exclusão econômica
Segundo a ex-vice-presidente da Costa Rica e líder do Fórum Permanente de Afrodescendentes, Epsy Cambell, sua participação era um chamado à ação para reverter a exclusão econômica dessa população.
Ela reitera que não são necessários novos estudos que confirmem que as pessoas de descendência africana estão entre as mais pobres. É preciso que tenham ações afirmativas que garantam empregos e acesso a recursos para o empreendedorismo dessas pessoas.
O relatório será apresentado a 54ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em setembro, e ao Terceiro Comitê da Assembleia Geral, em novembro.
FONTE: ONU