Nos próximos cinco anos, as temperaturas globais devem bater a marca dos registros atuais por causa dos gases que causam o efeito estufa e do fenômeno El Niño, que está ocorrendo naturalmente.
O alerta é da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Em relatório, a agência da ONU afirma haver 98% de probabilidade de um ano, dentre os próximos cinco, ser o mais quente desde o início dos registros das temperaturas globais.
Conhecido como Atualização Global Anual para Decadal do Clima, o relatório é produzido pela agência da ONU em parceria com especialistas do Reino Unido.
Patamares desconhecidos
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que o relatório não significa que a humanidade estará permanentemente excedendo a marca de 1.5°C, especificada no Acordo de Paris sobre Mudança Climática, mas sim um alarme de que este limite será rompido com maior frequência, no futuro.
O documento aponta uma probabilidade de 66% da temperatura média anual próxima à superfície global, entre 2023 e 2027, ultrapassar os níveis pré-industriais de 1.5°C por, pelo menos, um ano.
Outro fator é que o fenômeno El Niño, que deve evoluir nos próximos meses, apareça em um cenário de combinação de mudança climática induzida por seres humanos, que levará as temperaturas globais para patamares desconhecidos.
Mundo precisa estar preparado
O relatório também aponta para o aquecimento do Ártico, que poderá ser três vezes mais alto que a média global.
Em 2022, a média de temperatura global foi de 1.15°C acima da média de 1850-1900.
A influência de resfriamento das condições do fenômeno La Niña sobre a maior parte dos últimos três anos controlou, temporariamente, uma tendência de aquecimento a longo prazo.
Os padrões de precipitação previstos para maio a setembro de 2023 a 2027 sugerem uma redução da estação de chuva para a Amazônia e partes da Austrália.
FONTE: ONU