A enfermidade acomete, principalmente, as populações negligenciadas. A falta do tratamento correto pode levar a graves alterações cardíacas, neurológicas e digestivas, inclusive à morte.
Sete milhões de infectados
Em alguns casos, a doença progride, silenciosamente, sem apresentar sinais ou sintomas (estima-se que 70% dos portadores permanecem de duas a três décadas na forma assintomática ou indeterminada).
Segundo a Organização Mundial da Saúde, há de 6 a 7 milhões de infectados no mundo. Anualmente, são registrados cerca de 40 mil novos casos. Para a OMS, a visibilidade no tema é importante, pois permite avançar nas estratégias e nos diagnósticos precoces, assim como na interrupção da transmissão.
A Fundação Oswaldo Cruz alerta quais são os sintomas da doença: febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações elétricas do coração e/ou inflamação das meninges (nos casos graves). Na fase aguda, os sintomas duram de três a oito semanas. Na crônica, estão relacionados com distúrbios no coração e/ou no esôfago e no intestino.
Transmissão
Acontece pelas fezes do “barbeiro”, depositadas sobre a pele da pessoa, enquanto o inseto suga o sangue. A picada provoca coceira, facilitando a entrada do tripanossomo no organismo, o que também pode ocorrer pela mucosa dos olhos, do nariz e da boca ou por feridas e cortes recentes na pele.
Outros mecanismos de transmissão são a transfusão de sangue de doador portador da doença, a transmissão vertical via placenta (mãe para filho), a ingestão de carne contaminada ou acidentalmente em laboratórios.
Prevenção
Ainda não há vacina contra a doença de Chagas, e sua incidência está diretamente relacionada com as condições habitacionais (casas de pau-a-pique, sapê etc.).
Cuidados com a conservação das casas, aplicação sistemática de inseticidas e utilização de telas em portas e janelas são algumas das medidas preventivas que devem ser adotadas, principalmente em ambientes rurais. A melhor forma de prevenção é o combate ao inseto transmissor.