A fundadora do “Me Too” no Brasil, Marina Ganzarolli, participou de debates na sede da ONU, em Nova Iorque, durante a 67ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher (CSW).
Um dos temas discutidos foi como engajar os homens na luta para combater a violência contra as mulheres. Ganzarolli enfatizou que eles são parte fundamental desse processo.
O “Me Too” é um movimento global que busca ajudar vítimas de violência sexual a romperem o silêncio. O objetivo é amplificar a voz de sobreviventes, dar visibilidade aos relatos de abuso sexual e suporte para meninas e mulheres.
Marina Ganzarolli explica como o surgimento da violência on-line despertou a necessidade de o Legislativo criar leis.
“Temos um outro lado: acompanhamos ao longo da última década também o desenvolvimento de outras formas de coação, de constrangimentos e violência que se usam dos recursos digitais para fazê-lo. Assim como no Brasil, tivemos a tipificação, inclusive, de vários novos crimes, como a disseminação não consentida de imagens, a famosa pornografia de revanche ou a extorsão, mas, por outro lado, a tecnologia também permite a disseminação de conhecimento sobre direitos humanos das mulheres e o acolhimento e a ajuda, usando os recursos da Web.”
Além de debates sobre a inclusão digital e econômica das mulheres no combate à violência com uma perspectiva para todo o Sul Global, Marina Ganzarolli conta que a Rede Brasil do Pacto Global também trouxe outras questões sociais que precisam ser consideradas, como raça, orientação sexual, identidade de gênero e idade.
O “Me Too” Brasil possui um Conselho Consultivo que conta com nomes, como Ana Amélia Teles, vítima de violência durante o período da ditadura no Brasil; e Silvia Pimentel, que presidiu a Comissão da ONU sobre Violência contra Mulheres (Cedaw).
Fonte: ONU