A campanha Setembro Amarelo – realizada desde 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) –, tem como objetivo prevenir e reduzir os números de suicídio. A iniciativa chega em seu nono ano, no Brasil, desempenhando um papel importante ao chamar a atenção para a importância de cuidar da saúde mental e incentivar a criação de um ambiente seguro para as pessoas falarem sobre as emoções.
O suicídio apresenta-se como um fenômeno de grande complexidade, com múltiplos fatores interligados, que impacta pessoas provenientes de diversos grupos sociais. Julga-se importante salientar que não pode ser atribuído a uma única causa, mas sim à confluência de diversos elementos de natureza social, cultural, psicológica e ambiental, que se entrelaçam ao longo da trajetória de vida, levando a um desfecho desfavorável.
O comportamento suicida é um problema de saúde mental grave que pode ter consequências fatais. Ele pode ser expresso de várias maneiras, incluindo pensamentos, planos e tentativas de suicídio. Os pensamentos suicidas são ideias ou ruminações sobre a morte ou o desejo de morrer. Os planos suicidas são esquemas detalhados sobre como tirar a própria vida. As tentativas de suicídio são tentativas de se matar que não resultam em morte.
Anualmente, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, representando uma a cada cem mortes, sem contar os episódios subnotificados, o que eleva a estimativa para mais de 1 milhão de registros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, conforme dados publicados no Anuário Brasileiro da Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, foram contabilizados 16.262 casos, perfazendo uma média de 44 notificações por dia. Por sua vez, em 2021, 14.475 mortes por suicídios foram contabilizadas, segundo dados divulgados pelo referido estudo, na edição anterior. A partir da comparação dos dados, observa-se o crescimento de casos em 11,8%.
Diante do elevado número de casos, julga-se necessário enfrentar essa questão levando em consideração toda a sua complexidade. Para isso, a sociedade deve discutir tal assunto de forma aberta e honesta, para que as pessoas que pensam em cometer suicídio saibam que não estão sozinhas e que existem opções de ajuda disponíveis.
Em muitas sociedades, o suicídio ainda é um tabu. As pessoas acreditam que falar sobre o assunto pode estimular o comportamento suicida. No entanto, a literatura científica mostra o oposto. Falar sobre a temática pode ajudar a quebrar o estigma e a dar às pessoas o apoio de que precisam para superar o momento adverso. Conforme estabelece o lema da campanha “Setembro Amarelo”, em 2023: “Se precisar, peça ajuda!”
Na Fundação Mudes, temos o Grupo de Apoio Psicossocial (GAPIS), visando oferecer ações de cunho psicossocial para adolescentes e jovens, inscritos ou não nos programas da Fundação Mudes, e adultos, a fim de oferecer apoio jurídico e psicológico! Lembre-se, se precisar, peça ajuda!
Para informações sobre os atendimentos, envie e-mail para: gapis@mudes.org.br.