Levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a pandemia da Covid-19 acentuou os desafios da falta de acesso aos medicamentos para doenças crônicas. O Brasil é citado como um dos países com o maior índice de desabastecimento desses remédios. As causas são os impactos da pandemia e fatores estruturais.
Alta de desabastecimento
Segundo a OMS, durante a pandemia, pacientes com câncer, condições cardíacas e respiratórias, diabetes e outras doenças crônicas tiveram seus tratamentos interrompidos devido à falta de medicamentos.
Em análise comparativa com os Estados Unidos e a Austrália, o Brasil registrou o maior aumento de desabastecimentos relacionados com falta de ingredientes ou problemas na produção. Entre 2019 e 2022, os casos subiram em mais de 200%.
Apesar de estar na sétima posição global de capacidade produtiva no setor farmacêutico, o Brasil ainda importa 90% das matérias-primas para produção de remédios.
Interrupção de serviços
As doenças não transmissíveis foram responsáveis por cerca de 74% de todas as mortes no mundo em 2019. A maioria dos óbitos foi em países de renda baixa e média. O coronavírus revelou a falta de investimentos adequados em Atenção Primaria à Saúde e Cobertura Universal de Saúde.
Houve a interrupção de 50% a 60% de todos os principais serviços de saúde mental e de doenças crônicas, sendo verificados em mais de 70% dos países avaliados.
Transparência é crucial
Os medicamentos para doenças crônicas são os mais caros dentre todas as classes terapêuticas. A agência da ONU conclui que é urgente superar os obstáculos identificados nas cadeias de produção e distribuição.
Além disso, manter a transparência no setor farmacêutico é crucial, a fim de viabilizar o acesso a tratamento para pessoas com doenças crônicas.
Fonte: ONU News